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inovação em saúde

Como estamos?

A inovação em saúde tornou-se uma urgência nos dias atuais. Como promover essa revolução de forma permanente, eficiente, sustentável e humana, tendo o paciente no centro e como coparticipante das decisões


Moderador: Daniel Greca
Debatedores: Tamires Poleti e Pedro M. Pereira

Desafios da inovação em saúde

Especialistas das áreas de tecnologia e saúde debateram questões sobre a implementação da inovação em saúde e como promover esta revolução de forma permanente, eficiente e sustentável

Com moderação do sócio-diretor e líder da área de healthcare da KPMG no Brasil, Daniel Greca, o painel “Inovação em saúde – como estamos?” trouxe para a discussão os debatedores Pedro Marton Pereira, CEO da ePHealth; Daniel Morel, médico oncologista, membro do time global da IBM Watson Health e; Tamires Poleti, CEO da il.health. A tônica da provocação feita aos participantes indagava sobre como promover inovação em saúde de forma permanente, eficiente, sustentável e humana, centralizada na atenção ao paciente tornando-o coparticipante das decisões.

Ao iniciar sua participação Tamires disse que está há pouco mais de seis anos na área da saúde e nos últimos anos trabalhou para o governo de Israel, onde tomou contato com os sistemas de saúde do país, suas tecnologias e inovações. Atualmente ela trabalha na identificação e adaptação de tecnologias para o mercado brasileiro. “Hoje, aquilo que se entende por valor está na informação. Existe uma transformação de valor no mundo e mesmo que muitas empresas não estejam ainda em processo de transformação digital eles entendem que existe a necessidade da transformação”, observa.

Em sua exposição, Tamires cita o surgimento da pandemia de Covid-19 como um acelerador do processo de transformação digital e que, em contexto geral, todos estão buscando a melhor maneira de adaptação seja na saúde pública ou privada. "É difícil mensurar os resultados da tecnologia em saúde. Se investirmos hoje, vamos colher daqui a cinco ou dez anos. Se pensarmos no básico da telemedicina em dermatologia e pediatria, essa otimização de processos consiste em uma economia ligada à tecnologia", expõe Tamires.

De acordo com Morel, que começou sua residência médica em oncologia no ano de 2009 e, desde 2018 trabalha na área de tecnologia aplicada em saúde dentro da IBM, na divisão de Watson Health com ênfase nas tecnologias de inteligência cognitiva direcionada não somente à saúde, mas especificamente à área de tratamentos oncológicos: “Muita gente sabe que precisa iniciar a sua jornada em tecnologia, mas não sabe exatamente o que buscar. Muitos hospitais e planos de saúde não tem um serviço de informação estruturado com capacidade filtrar as informações”, expõe.

Outro ponto levantado pelo médico diz respeito à falta de adaptação dos profissionais da saúde às rotinas da tecnologia. “Se o médico não tem uma boa experiência com a tecnologia vai poder proporcionar uma boa experiência ao paciente? Antes de usarmos inteligência artificial, por exemplo, temos que olhar para a base. A grande questão na atualidade está em identificar as reais necessidades e transformá-las em realidade”, acrescentou.

Graduado em data science para a saúde, com formação em gestão e desenvolvimento de sistemas, Pereira que é CEO da ePHealth, uma plataforma de saúde primária e desenvolve trabalhos na área da saúde pública atenta, primeiramente, para uma mudança de cultura com a digitalização dos dados e com a estruturação das informações. “Não podemos olhar apenas para a ponta da inovação e nos esquecer de que aquilo brota de um alicerce que tem que estar bem estruturado”, comenta.

Ao entender que, no Brasil, os sistemas podem estar muitas vezes desconectados e sem a infraestrutura adequada para a implementação de projetos que melhorem a performance dos serviços de saúde, Pereira coloca de modo realista que é preciso ser criterioso para a tomada de decisões. “Não adianta querer que funcione contando com um recurso indisponível, coisa do tipo: vai funcionar, é só ter conexão 3G. Às vezes esse ‘só’ derruba o projeto inteiro por melhor que ele seja”, salientou. O CEO da ePHealth disse ainda que não devemos criar um ‘egossitema’ e sim, um ecossistema. “Olhando para o Brasil de maneira mais crítica e racional porque temos muitas potencialidades a explorar no que se refere à tecnologia aplicada à saúde".

painel

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